A preparação para o próximo encontro com os nossos parceiros da instituição Amanhã da Criança está em grande atividade.
Na passada sexta-feira, durante a aula de português, recebemos a visita de dois ex-combatentes da Guerra Colonial, o senhor Rocha e o senhor Joaquim, que fizeram uma Comissão de Serviço de 25 meses no norte de Angola, uma das zonas onde a guerra era mais intensa e perigosa.
Narraram-nos as suas experiências e percebemos que foi uma época de grande sofrimento para os soldados e para as suas famílias – tanto do lado português, como angolano. Foi, como nos disseram, “uma guerra sem razão”. O senhor Joaquim, respondendo a uma pergunta da turma sobre “ter mesmo que matar?”, pôs-nos a pensar: “Imagina que tu és preto e eu sou branco. Tu tens uma arma na mão apontada a mim, eu tenho uma arma na mão apontada a ti. Se eu não disparar, tu matas-me. Se tu não disparares, eu mato-te. Que mal te fiz eu a ti para me matares, e que mal me fizeste tu a mim para eu te matar? Era assim!, uma guerra sem razão.”
Uma das coisas que mais nos impressionou durante a conversa foi perceber que, cerca de 48 anos depois desta vivência, os ex-soldados ainda se emocionam com as recordações do que viveram. Por vezes foi-lhes difícil conter as lágrimas. E a nós também.
A mensagem mais importante que nos deixaram:
«A guerra não é solução para nada. Nem para os países, nem para as pessoas, nem na nossa vida diária. Nunca resolvam os problemas com violência, mas com diálogo.»
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